José Carlos Schwarz, 1946

José Carlos Schwarz, 1946

Jamila Pereira | @millie_gp
25 de Setembro, 2022
Nascido em Bissau em Dezembro de 1946, José Carlos Schwarz foi o fundador da música moderna Guineense, o Gumbe. O músico, compositor e poeta é considerado uma lenda decolonial. A sua voz e a sua guitarra denunciaram as dores e o sofrimento da população antes e depois da independência. O seu trabalho demonstra a resiliência, o quotidiano e o intuito de sobrevivência do povo Guineense.

Contra os desejos do pai e com o suporte do amigo Duko Castro Fernandes, da banda Apaches, juntou-se à luta através da música e literatura. Daí a diante, a sua jornada militante deu asas à “Roda Llivre”, uma banda que tencionava realçar a história, a cultura e o desenvolvimento da Guiné. Obras como “Pérolas Negras” e “Sweet Fenda”, são hoje marcos na história cultural e musical Guineense.

Juntamente com Mamadou Bá, Aliu Bari, Samake e Ernesto Dabo, criaram os Cobiana Djazz, o grupo mais influente na história Guineense. Com tempo, os jovens artistas dominavam instrumentos e o crioulo, para que pudessem compartilhar a sua mensagem e, simultaneamente, estabelecer uma ligação íntima com a população. José levantou o Gumbe das sombras, poliu-o e deu-lhe o estatuto de primeiro gênero musical Guineense. A sua intenção era mobilizar a população e realçar o poder da lingua quotidiana. Exprimindo-se em crioulo, o seu impacto seria maior que qualquer outro acto de resistência. Num instante, Cobiana Djazz chegou ao estrelato como as vozes do povo, numa altura em que a esperança era uma miragem. Canções como “No Kolonia” e “Mindjeres di Panu Pretu” deram a todos uma sensação de união, camaradagem e revolução, especialmente as mães e mulheres guineenses.

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